sábado, 4 de junho de 2011

O poema e a sua desconstrução

Amor

Cala-te, a luz arde entre os lábios,
e o amor não contempla, sempre
o amor procura, tacteia no escuro,
essa perna é tua?, esse braço?,
subo por ti de ramo em ramo,
respiro rente à tua boca,
abre-se a alma à língua, morreria
agora se mo pedisses, dorme,
nunca o amor foi fácil, nunca,
também a terra morre.

Eugénio de Andrade


Évora, 4/6/2011
Desamor

nunca o amor foi fácil, nunca

nunca o amor foi fácil
nunca o amor foi
nunca, o amor
nunca

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