Escrever também integra a lista das variadas compulsões que nos podem afectar ao longo da vida e tomar várias formas (e suponho que escrever sem parar num blogue também já consta certamente nessa mesma lista).
Na sua “lição” intitulada The Secret Life of the Love Song, Nick Cave fala de uma certa obsessão pessoal pela escrita de canções de amor e conta o caso de um grande amigo seu que tinha a pulsão de escrever cartas de amor. Nesse mesmo texto de que já falei aqui numa postagem há alguns meses – e de que, provavelmente, voltarei a falar a propósito de muitas outras coisas, pois a música e as palavras de Cave são uma das minhas mais antigas velha obsessões – Nick Cave aproveita para, comparando a escrita de cartas de amor com a de canções do mesmo teor, definir, de modo superlativo, a natureza intrínseca da canção de amor:
Na sua “lição” intitulada The Secret Life of the Love Song, Nick Cave fala de uma certa obsessão pessoal pela escrita de canções de amor e conta o caso de um grande amigo seu que tinha a pulsão de escrever cartas de amor. Nesse mesmo texto de que já falei aqui numa postagem há alguns meses – e de que, provavelmente, voltarei a falar a propósito de muitas outras coisas, pois a música e as palavras de Cave são uma das minhas mais antigas velha obsessões – Nick Cave aproveita para, comparando a escrita de cartas de amor com a de canções do mesmo teor, definir, de modo superlativo, a natureza intrínseca da canção de amor:
“The reasons why I feel compelled to sit down and write love songs are legion. Some of these came clearer to me when I sat down with a friend of mine, who for the sake of his anonymity I will refer to as J.J. and I admitted to each other that we both suffered from psychological disorder that the medical profession call erotographomania. Erotographomania is the obsessive desire to write love letters. My friend shared that he had written and sent, over the last five years, more than seven thousand love letters to his wife. My friend looked exhausted and his shame was almost palpable. I suffer from the same disease but happily have yet to reach such an advanced stage as my poor friend J. We discussed the power of the love letter and found that it was, not surprisingly, very similar to the love song. Both served as extended meditations on ones beloved. Both served to shorten the distance between the writer and the recipient. Both held within them a permanence and power that the spoken word did not. Both were erotic exercises, in themselves. Both had the potential to reinvent, through words, like Pygmalion with his self-created lover of stone, one's beloved. Alas, the most endearing form of correspondence, the love letter, like the love song has suffered at the hands of the cold speed of technology, at the carelessness and soullessness of our age.”
E a sua bela canção “Love Letter” tem tudo a ver com isto:
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