“É da burocracia que os partidos monarchicos sacam a fantochada espuria que os defende, que os ampara, e os constitue; e esta confraria d’espertos inuteis, que faz os parlamentos e os jornaes, os movimentos da opinião preponderante, a claque dos thronos e o esteio dos ministros devassos, esta confraria bem pressente a necessidade de se unir, como os pecegos do Demi-Monde, para occultar ao público a sua nodoa de podridão originaria. É ella a unica vaca nedia n’este miseravel paiz que tem nos ossos o rachitismo gallico de seis seculos de monarchias deprimentes. Ella a unica que manda e prepondera á nossa custa, e que para ter carruagens e palacios, festins e sedas, sancciona no parlamento os bill vergonhosissimos, consente no accrescimo dos impostos, por ter tudo a ganhar na partilha dos dinheiros do povo – do povo que ainda se não convenceu que os gatunos agora andam fardados!”
Fialho d’Almeida In Vida Ironica – Jornal d’um Vagabundo, 3ª ed. 1919, p.15
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