Claude Monet
É extraordinário o começo de Junho!
Há vento e vento.
Um vento manso que brisa e me percorre num afago;
E me diz: vou e venho, canto e falo.
Há Sol e Sol.
Um Sol quente e fecundo que me queima e aquece;
E que, de ver-me triste, também se entristece.
Há Céu e Céu.
Um Céu azul, lindo, cintilante e infinito.
Sempre abraçado à Terra, enleado, bendito.
Há verde e verde.
Verde dos pinhais,
Esbatido no contraste da serra,
E a trazer-me ainda mais
Saudades da minha terra.
Há terra e terra.
Uma terra cheia, ébria, a rebentar, a parir
Botões de rosa e frutos: Vida a nascer e a sorrir.
Há grilos que cantam!
Flores amarelas!
Maravilhas que encantam
Só de vê-las.
E cores, muitas cores!
Pétalas brancas, brancas.
Roxas, azuis, violetas!
Vermelhas papoilas, tantas,
E um baile de borboletas.
Esta a sinfonia do mês de Junho!
Poema da Terra, do Vento e do Sol,
Poema do Céu no abraço de Tudo,
Que tão bem interpretas, rouxinol.
Dílio Beirão, In II Antologia de Poesia Contemporânea
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