O antes e o agora

Juntavam-se de vez em quando. Eram sempre quatro à mesa. Por vezes até mais. Durante algumas horas cultivavam hedonística e demoradamente a boa comida, o excelente vinho e, claro, o prazer de uma longa conversa com risos à mistura.

Depois de um longo e escuro interregno voltaram hoje a juntar-se. Mas já não eram quatro: apenas três. Apreciaram o vinho, saborearam longamente a refeição acompanhada pela agradável conversa e pela evidente satisfação de se terem reencontrado depois da longa ausência.

Aparentemente tudo como antes mas, ao mesmo tempo, nada como antes. A diferença? Só uma cicatriz que já não sangra, mas ainda dói, e a vida que, mesmo aos tropeções, lá segue o seu caminho.