O sucesso de valter hugo mãe na edição 2011 da FLIP tem tido um tal destaque na imprensa nacional que me decidi a procurar na net o tão falado vídeo (aqui). É uma história simples da adolescência que conta, na primeira pessoa e não sem uma certa ironia, o fascínio nacional por uma realidade televisiva mais avançada - a das telenovelas dos anos 80 - e a descoberta dos outros e de si mesmo, através da novidade e do fascínio de uma cultura diferente. O mais engraçado é que o escritor, obviamente nervoso, ou talvez apenas emocionado por estar ali, se atrapalha, perdendo-se na leitura das frases e, a certa altura, parece mesmo um dos meus alunos de 9º ano a ler. Uma delícia.
É uma singela declaração de amor ao Brasil, o qual retribuiu calorosa e generosamente o cumprimento transformando-o no momento epifânico do Festival. O jornal "O Globo" chamou-lhe até o "muso" da FLIP. Uma saudável troca de piropos, pouco comum nos dias que vivemos, coincidente com o início da minha leitura de "o remorso de baltazar serapião". E, para começar, logo na contracapa, um outro elogio, este feito por Saramago, à obra que foi também vencedora do prémio literário homónimo: "Este livro é um tsunami, não no sentido destrutivo, mas no da força. Foi a primeira imagem que me veio à cabeça." Elogios não faltam a valter hugo mãe e que ele ainda se esforce por fazê-los é prova de uma humildade já pouco habitual.
Agora que fui à Índia e voltei - demorada e acidentada viagem esta - vamos ver o que sai desta história que se anuncia "de família" e "de viagem" também.
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