Aqui há uns tempos (Junho de 2005) os media apressaram-se a classificar os confusos acontecimentos de uma tarde de domingo à beira-mar como um “arrastão”. A ocorrência, amplificada pelos media, foi sujeita a intensa análise durante várias semanas e nunca mais deixou de estar associada a uma polémica questão ainda hoje sem resposta conclusiva: foi, ou não, um arrastão aquilo que aconteceu na praia de Carcavelos?
Agora que são já conhecidas as medidas de austeridade que decorrem do memorando de entendimento com a troika e as linhas orientadoras do programa de acção do novo governo, o mínimo que se pode dizer é que as medidas de restrição financeira já aplicadas pelos anteriores governantes ps foram apenas uma espécie de teste ou ensaio geral para o verdadeiro «arrastão» nacional que aí vem. E, quando o pico mais forte deste arrastão estatal tiver passado, parece-me que a maior parte de nós nem com a tanga fica.
Agora é que o verdadeiro arrastão vai começar. O de Carcavelos, se é que ele chegou a existir, parece cada vez mais uma piada de mau gosto, quando comparado com o que aí vem.
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