sábado, 13 de fevereiro de 2010

A provável, e provada, lei de Murphy

A lei de Murphy diz-nos de forma muito directa que mesmo as coisas mais simples e banais podem correr mal, muito mal. Suponho que essa probabilidade aumenta quando se trata de situações complexas e/ou marcantes. Joel Pel, da Universidade de Bristish Columbia, criou até uma fórmula matemática que prevê as probabilidades de ocorrência da Lei de Murphy:


Se eu me interessasse mais por números do que por letras teria certamente percebido a tempo que uma exposição de pintura combinada há um ano atrás, entre pessoas ligadas por laços afectivos completamente distintos, com personalidade, objectivos e percursos de vida muito diferentes, tinha tudo para dar errado. Aliás, se eu não me deixasse guiar tanta vez pela minha ingénua boa vontade de ajudar os outros, nem seria necessário resolver a equação de Pel para saber à partida que, como intermediária e mediadora, não teria capacidade suficiente para construir pontes sólidas sobre o abismo que separava ambos os envolvidos.

E foi assim que, mais uma vez, de modo implacável, a lei de Murphy se confirmou. Agora só me resta lidar com a responsabilidade de um duplo fracasso – o do artista e o do organizador. E com o resto. O que vai ao encontro, já não da lei de Murphy em si, mas de um dos seus corolários: se existe alguma possibilidade de diversas coisas correrem mal, aquela que causar maior dano será precisamente a que correrá mal. E foi mesmo isso que aconteceu.