Não pode ser por acaso que, no nosso país, trinta e seis anos depois do 25 de Abril a iliteracia cultural impera, sobretudo entre os mais jovens. Não há, nem nunca houve verdadeiramente, «Novas Oportunidades» para uma cultura séria e digna desse nome, acessível a todos. É que cidadãos pensantes podem, de facto, ser incómodos e, sobretudo, não votariam nas sinistras personagens sedentas de poder que querem (des)governar as nossas vidas ao nível da economia, da banca, das grandes empresas, da educação, da cultura, da saúde, etc. etc.
É também por esta consciência cívica que admiro Sophia de Mello Breyner e não apenas pela belíssima poesia que escreveu.