quarta-feira, 24 de março de 2010

Tempo de regresso

Depois das chuvas há agora um verde profundo e extraordinário que cobre os campos e entra pelos olhos e pela alma dentro. É um verde nascido da plenitude e da abundância de água, um verde como há muito não se via no Alentejo.
Antes ainda de as flores silvestres usarem as pétalas coloridas para compor as tapeçarias impressionistas e impressionantes que revestirão a planície quando o brilho do sol for mais franco, começam já a chegar as aves que passaram o inverno noutras paragens mais soalheiras. Vêm para cumprir os rituais de perpetuação da sua espécie. Vêm de muito longe, mas conhecem o seu rumo e sabem bem como (re)encontrar-se, sempre.
É tempo de regresso... como canta Nick Cave:

Across the endless wilderness where all the beasts bow down their heads.
Darling I will never rest till I am by your side.
Every mile and every year, Time and Distance disappear I cannot explain this.
Dear No, I will not even try.

For I know one thing, Love comes on a wing and tonight I will be by your side.
But tomorrow I will fly away, Love rises with the day and tonight I may be by your side.
But tomorrow I will fly, Tomorrow I will fly, Tomorrow I will fly.